segunda-feira, 7 de julho de 2014

É..

"Fui recebendo em mim um desejo que ele não fosse mais embora, mas ficasse, sobre as horas, e assim como estava sendo, sem parolagem miúda, sem brincadeira..."


Sua ausência me dói. Meros cinco minutinhos longe são suficientes pra eu deslembrar como as coisas existiam – e tinham algum tipo de graça – antes de você existir nelas e viver em mim. Você é de uma luz imensa, que clareia o quarto, a rua, as esquinas, curvas, lojas, igrejas, filas de banco. Já eu, sou necessidade pura. Careço das frases longas, interrompidas hora ou outra por uma risada curta. Preciso da pele branca, lisa e dos olhos famintos que só você tem. Das palavras doces que em poucos minutos, viram lágrimas salgadas. Da alegria livre, genuína, branda. Da sua companhia rara, dispendiosa, ou melhor, impagável. E, claro, das suas asas longas que insistem em me levar pra passear por destinos improváveis. Por ruas claras. Por sonhos concretos e pueris. Por isso corrijo meu bem: meros segundos longe de você são suficientes pra eu não me lembrar que o amor me bebeu e restou essa sede imensa. Que só é saciada quando você sorri, chora, fala, ri, me olha, vive e, logo em seguida, segura minha mão.

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